Life is beautiful, messy, and complicated, and sometimes, it doesn't look the way you think it's supposed to.
And that
is okay. Keep going and always be brave.
Se há algo que aprendi no último ano é que a vida continua. Sim,
parece redundante – aliás não parece, é redundante. Ainda assim, não deixa de
ser relevante, uma aprendizagem boa. Algo que vale a pena pensar, ponderar –
fi-lo durante alguns meses, e por fim, escrever sobre isso. Não importa a
quantidade de dor, angústia, tristeza ou cansaço que mantenhamos e tentemos não
pensar nisso para que talvez desapareça, a vida continua.
Ouvimos muitas vezes aquelas duas típicas frases “A vida não
espera por nós” e “Só vivemos uma vez”. Nunca tive aquela necessidade de viver
a vida consoante esse medo de perder algo, de não viver algo – o famoso FOMO, fear
of missing out. Acredito que aquilo que é para nós um dia nos chegará, que
mesmo que uma decisão nos leve para um lugar que não era suposto irmos neste
momento, reordenamos uma fase ou outra, mas a vida continuará a fazer sentido.
A primeira frase nunca me fez tanto como neste último ano.
Acho que temos a tendência de viver conformados com a vida e só quando nos
vemos num fundo tão grande que nunca nos imaginamos é que descobrimos a vontade
que temos de realmente viver, a vontade de ir atrás dos sonhos, a vontade de
fazer algo pela primeira vez – é triste, mas é algo real que acontece.
Conformamo-nos pelas nossas situações, pelos nãos, pelas
tradições, pelas opiniões e pensamentos de outros, pela realidade à nossa volta
e acabamos por não seguir os nossos instintos naturais. E isto, é triste – a falta
de vontade de ir atrás de algo mais. Ou melhor, mais triste é se tivermos essa
vontade, mas formos consumidos pelo medo do que pode acontecer, do que os
outros vão achar.
A vida continua – passemos por luto, doença, medo, dor – e não
espera por nós. Não podemos deixar as que as coisas que nos acontecem ou que
estão a acontecer nos abalem de tanta forma que percamos a vontade de viver.
Melhor, deixem-me reformular – podemos deixar, podemos sentir
pena de nós próprios, podemos parar na vida, enquanto a vemos, ouvimos e sentimos
a passar ao nosso lado e nós parados, podemos deixar que o medo nos prenda e
que o luto nos paralise – não podemos é deixar que isso tudo nos prenda tempo suficiente
para perdermos totalmente a vida. A fome de viver, o desejo e a vontade de
viver, têm de voltar em algum momento para que vivámos.
Vivi isso. Deixei tudo me abalar o suficiente para me paralisar
e tirar a vontade de viver. Durante muito tempo tive vergonha de verbalizar
isso, de assumir que tinha deixado chegar a um ponto que só o respirar era
difícil. Viver tornou-se difícil e é inadmissível que nos deixemos chegar a
esse ponto.
A vida é complicada e difícil, às vezes as coisas que menos
esperamos são as que mais nos abalam, mais nos magoam, às vezes quando já
estamos em baixo as coisas mais pequenas são as que nos magoam mais, mas a vida
é linda e bela. Muitas vezes não nos parece, não vivemos, da maneira que
pensamos que é suposto parecer. Mas, está tudo bem, desde que nos apercebamos o
estado que estamos e não enterremos a cabeça na areia para fugir à realidade. Precisamos
ser bravos e corajosos o suficiente para continuar a respirar, manter a cabeça
à tona da água às vezes é o mais difícil, mas é o que nos mantém vivos.
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