ela


"Passava tanto tempo sozinha
que implorava a Deus por
pessoas à minha volta.
Hoje quanto mais tempo
tiver sozinha melhor."


  Ela passava tanto tempo sozinha, que chorava, implora, gritava, por dentro, claro, pois não podia deixar o mundo saber o que se passava, porque o mundo não era bom o suficiente nem pra ela nem pra ninguém, porque todos olham mais para o seu umbigo e não se importam nos outros.
  Ela escondia, escondia tudo o que sentia, o que fazia, o que lhe magoava. Ela era um poço sem fim de tristeza e felicidade, magoa e perdão, ódio e amor, mas ainda assim ela só falava de amar, só queria passar o amor que sentia pelas pessoas, pelo mundo, só queria que vissem o que o amor pode dar. Ela só queria fazer todos se sentirem bem, parar o mundo até de girar e mostrar a todos o bom da vida, além de trabalho, sexo e festas. Das crianças, que ela amava ir ver à creche, aos velhinhos, que ela amava ir dar o jantar e ouvir as suas histórias.
  Ela amava cada pedaço deste mundo que não lhe dava nada, pois sabia que nem sempre o amor é reciproco e, nem sempre seria amada, mas queria fazer a diferença, nem que fosse a contar histórias e a ouvi-las, porque até pequenos gestos fazem a diferença. E ela sabia disso.

  Por isso, hoje prefere passar mais tempo sozinha, longe da rotina do mundo, que gira e gira sem parar, afastada da humanidade, que tanto a critica pela sua beldade, bem… ela corre, corre para se libertar de tudo. Quanto mais afastada, melhor ela consegue trabalhar numa vinda ao topo, porque só assim ela conseguirá ajudar outros e fazer uma maior diferença, porque esse é o seu sonho. 

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